Festival acontece entre 29 de julho e 5 de agosto em diversos pontos de Campinas; programação inclui atração internacional da Costa Rica
Espetáculo 'Banco dos Sonhos' [Velha Companhia | São Paulo/SP] (Foto: Rebeca Figueiredo)
Quais são suas tecnologias para seguir sonhando? O que torna possível continuar acreditando em movimentos de transformação artística, social e territorial? Qual o peso das supostas barreiras que separam o sonho, a memória e a realidade? Afinal, por que seguir sonhando? Com estes questionamentos, o Feverestival – Festival Internacional de Teatro de Campinas – chega à sua 17ª edição em 2023 trazendo provocações sobre território, memória e realidade e pauta toda sua programação no tema: ‘Tecnologias para sonhar’.
Ao longo de oito dias o Feveres (como é carinhosamente chamado) oferecerá ao público em Campinas/SP um leque diversificado de espetáculos adultos, infantis (‘para todas as idades’), residências artísticas, shows, encontros, reflexões e momentos de lazer. A programação tem início no dia 29 de julho, sábado, com abertura no Teatro Castro Mendes, e segue até 5 de agosto (sábado) com um dia inteiro de atividades na Casa de Cultura Tainã. Além destes espaços, haverá apresentações no Sesc, Sesi Amoreiras, Sala dos Toninhos e Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
Com apoio e patrocínio da Prefeitura Municipal de Campinas através do FICC (Fundo de Investimentos Culturais de Campinas) e de diversos parceiros locais, em 2023 o Feveres está sendo realizado pela primeira vez 100% com recursos da cidade. Por conta disso, a produção optou por promover sua convocatória de espetáculos voltada para produções de Campinas. “Enxergamos neste ano a oportunidade de valorizar os artistas locais, trazendo para o público um acesso e conexão maiores com o fazer artístico potente que temos aqui”, aponta Bruna Schroeder, membro do Núcleo Feverestival e coordenadora geral da 17ª edição.
Além das atrações selecionadas pela convocatória regional, o Festival também receberá criações de artistas das cidades de São Paulo/SP e Florianópolis/SC, e a obra internacional ‘Memoria de Pichon’, do artista costa-riquenho Andy Gamboa.
“Esperamos teatros lotados e que o público consiga viver intensamente a programação do Festival, que foi pensada com muito carinho. Teremos atrações bem legais, delicadas e sensíveis, dialogando com a temática dos sonhos e como gostaríamos de sonhar. Queremos também mostrar a potência artística da cidade de Campinas”, afirma Bruna.
O Núcleo Feverestival é composto por Bruna Schroeder, Cauã Borari, Cauê Moreira, Cristiane Taguchi, Dandara Lequi, Dudu Ferraz, Francisco Barganian, Juliana Kaneto e Mariella Siqueira.
Este projeto foi contemplado e patrocinado pelo Fundo de Investimentos Culturais de Campinas – FICC 2022, pertencente à Secretaria Municipal de Cultura e Turismo da Prefeitura Municipal de Campinas. O FICC tem como finalidade fomentar a produção artística local. A 17ª edição é uma realização do Núcleo Feverestival e Território Produções Culturais; correalização da Universidade Estadual de Campinas, Cocen (Coordenadoria de Centros e Núcleos Interdisciplinares de Pesquisa) e Lume Teatro (Núcleo Interdisciplinar de Pesquisas Teatrais da Unicamp).
“Entendendo a noção de tecnologia como um conjunto de saberes coletivos e não somente de bens de consumo contemporâneos, provocamos reflexão sobre as ferramentas que temos disponíveis para continuar sonhando. Como e onde podemos buscar instrumentos de reconexão com esse território e até mesmo sonhar novos sonhos?” [Núcleo Feverestival]
Espetáculo 'Mig Meg Mug' [Manifesta Companhia | Campinas/SP] (Foto: Dalton Chun)
Valorização regional
O ano de 2023 é especialmente importante para o Feverestival. Pela primeira vez em seus 20 anos de história, ele é financiado inteiramente com recursos e apoios de instituições de Campinas. Através da Secretaria de Cultura e Turismo da Prefeitura, Sesc e Unicamp, e de demais apoiadores de longa data, como sindicatos e outras instituições, o Feveres se consolida em sua importância e relevância dentro do calendário cultural e artístico da cidade.
“Isto mostra o quanto o nosso Festival já contribuiu para cultura de Campinas e o quanto ele é extremamente relevante dentro do cenário da cidade”, conta Bruna Schroeder. “Isso fez a gente querer lançar o nosso olhar, mais profundamente, para artistas locais. Temos muitos espetáculos campineiros nesta programação, em uma celebração de um Festival que devolve e valoriza os artistas da cidade, que são de extrema relevância para o cenário brasileiro, afinal, somos um polo artístico reconhecido nacionalmente a partir de sua produção”.
Entre a programação, o público poderá conferir as produções campineiras ‘Um Jardim para Educar as Bestas’ [Eduardo Okamoto]; ‘Eu Vira’ [Naia Pratta]; ‘Mig Meg Mug’ [Manifesta Companhia]; ‘Maria dos Céus’ [Fios de Sombra]; ‘OlorumAyé – Uma história Iorubá’ [Grupo Oriki] e ‘Vissungo – O Canto dos Escravizados’ [Tlhangana]. Além disso, também na Região Metropolitana de Campinas, o Feveres receberá a contação de histórias de Indaiatuba ‘Dan – O que conta o arco-íris’ [Marina Costa/Do Corpo ao Conto].
Atração internacional: Costa Rica
Como já é comum no Feverestival, neste ano a produção recebe um convidado internacional que traz para a programação a oportunidade de aproximação do público com outras culturas e criações de diferentes países. Para a 17ª edição, em parceria com a Unicamp e o LUME Teatro, o Feveres apresentará o espetáculo ‘Memoria de Pichon’, do artista costa-riquenho Andy Gamboa. As duas sessões acontecem no dia 31/7, segunda-feira – às 18h e às 20h30 – no PAVIARTES (Barracão de Artes Cênicas da Unicamp).
Primeiro biodrama sobre a relação do ator com seu pai, o monólogo apela ao amor a nós mesmos e à necessidade do perdão para poder avançar. Alimentado pela memória que os objetos têm e buscando ser fiel aos fatos, o ator conta a história do homem que seu pai significou e, assim, se permite aceitar sua herança e transformá-la em uma nova masculinidade. O que houve com aquele homem que celebrava tudo com muito álcool? Aquele que jurava que amanhã tudo ia mudar? É aí onde se presta homenagem ao anti-herói, ao homem que ele quis ser e não morreu tentando.
Andy Gamboa Arguedas é um intérprete e criador costa-riquenho que há 24 anos se dedica a explorar, investigar e criar em diversas linguagens das artes cênicas. Se formou no Taller Nacional de Teatro na Costa Rica, onde também foi contemplado com quatro prêmios Nacionais de Cultura, que reconhecem a trajetória e excelência de grupos e artistas do país. É dramaturgo, ator e diretor dos monólogos ‘Memoria de Pichón’, ‘Autopsia de una Sirena’ e ‘Señor de Señores’. Participou de importantes festivais em Honduras, El Salvador, Nicarágua, México, República Dominicana, Cuba, Croácia, Argentina e Brasil.
Espetáculos convidados
Para completar a programação da 17ª edição, o Feverestival convidou os espetáculos da capital paulista ‘Banco dos Sonhos’ [Velha Companhia]; ‘A Divina Farsa’ [La Minima], e ‘O que meu corpo nu te conta?’ [Coletivo Impermanente]; e o espetáculo solo de Florianópolis/SC ‘Poeira’ [Luan Renato Telles]. Também haverá na programação a abertura de processo da montagem ‘Sonho de Pedra’ [Teatro de Encantarias], formado por artistas de diversas partes do país.
Todos os espetáculos convidados conversam diretamente com o eixo temático da programação e trazem ao público a oportunidade de tomar contato com produções variadas sob outras perspectivas de vida e de mundo também.
“Escolhemos uma programação onde o público vai se sentir identificado de muitas maneiras, de forma acessível e diversa. Este é um espaço para a população da cidade, que pode esperar um espaço em que vai se sentir acolhido e movimentado internamente nas suas perspectivas de mundo, sonhos e anseios. Queremos que o público saia transformado, de uma maneira muito carinhosa e respeitosa”, pontua o Núcleo Feverestival.
Confira a programação oficial do 17º Feverestival aqui!
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